O universo feminino e a ditadura do corpo perfeito.
O universo feminino e a ditadura do corpo perfeito.
‘’Não se nasce mulher. Torna-se mulher”. Essa frase escrita pela filósofa francesa Simone de Beauvoir tem muito a dizer sobre o mundo em que as mulheres estão inseridas. Quando paramos para analisar a nossa sociedade, vemos que a citação ganha um enorme sentido: ‘’ser uma mulher’’ é algo socialmente construído através de modelos específicos que teoricamente devem ser seguidos.
Durante todas as fases da vida observamos padrões e estereótipos sendo impostos às mulheres, o que incentiva uma autocobrança diária e excessiva. A mídia possui um papel crucial para que esse pensamento aconteça, uma vez que ela dita aquilo que é belo e, consequentemente, aquilo que não é.
Assim, vemos diariamente propagandas publicitárias, capas de revistas, programas de televisão, entre outros meios que mostram um padrão de beleza a ser seguido. Com isso, é comum que algumas mulheres passem a alimentar diversos sentimentos relacionados ao corpo. Baixa autoestima, pensamentos autodepreciativos, transtornos psicológicos e até mesmo alimentares (como bulimia e anorexia), são algumas das muitas consequências ocasionadas pela imposição da aparência perfeita.
Além disso, dados de importantes instituições mostram que o Brasil é um dos países que mais realiza cirurgias plásticas no mundo, confirmando que a busca pelo corpo idealizado é algo frequente em nossa sociedade. Com tanta pressão em torno da estética feminina, as mulheres acabam por embarcar na “ditadura do corpo perfeito”. Nesse momento, o mais importante é lembrarmos que a beleza não é um modelo único e que a autoaceitação deve ser a maior de todas as qualidades.
Para ajudar a desconstruir certos padrões, separamos algumas dicas valiosas para você dar o primeiro passo e começar a aceitar o seu corpo da maneira como ele é:
- Não existe um padrão para o belo: dentro da imposição do corpo perfeito, somos condicionados a pensar que existe somente um tipo de beleza, aquele que é padrão. Porém, isso está longe de ser verdade. Cada pessoa possui características únicas, que fazem com que a beleza esteja dentro de um leque infinito de pluralidades.
- Saber que o Brasil é diverso: estamos em um país miscigenado, onde as pessoas possuem diversas origens. Dificilmente vamos nos encaixar perfeitamente nos padrões impostos, e está tudo bem com isso. A beleza está na diversidade.
- Trabalhar a autoaceitação: aceitar o próprio corpo não quer dizer que você deve conviver para sempre com uma característica que não te agrada. Pelo contrário, significa que você deve estar feliz e segura, porém, tenha em mente que alguns padrões são inalcançáveis. Respeite e ame o seu corpo!
- Lembrar da nossa identidade: nossas características individuais são aquilo que nos tornam únicas. Identificá-las e respeitá-las faz com que o amor-próprio e a segurança sejam exercitados.
É necessário sempre ter em mente que a saúde deve vir em primeiro lugar. Colocá-la em risco por conta de padrões impostos socialmente é algo que não deve ser feito.
O valor da mulher vai muito além dos modelos estéticos, somos muito mais que isso!