Sobre a incontinência

Incontinência urinária: tudo o que você precisa saber

21 Nov, 2024
Mulher branca com uma mão sobre o ventre e a outra molhando uma planta sobre a mesa, em artigo sobre incontinência urinária.
Entenda o que é incontinência urinária, quais são os principais sintomas, as causas, os tipos e mais! 
 
Para quem ouve falar sobre incontinência urinária, logo associa o tema ao envelhecimento e, com o passar dos anos, trata-se de um sintoma “normal”, que faz parte da vida de quem já tem idade avançada.  
 
Mas, na verdade, não é bem assim. A incontinência urinária não é normal e pode afetar não só idosos, como também o público feminino das mais diversas idades, incluindo mulheres gestantes e que estão em fase de menopausa.  
 
Quer se aprofundar melhor nas causas, sinais e o que fazer com a incontinência urinária? Nós te ajudaremos a entender, junto com a médica Uroginecologista Dra Lilian Fiorelli, sobre tudo o que envolve a perda de xixi involuntária.  
 
 

O que é incontinência urinária?

 
A incontinência urinária nada mais é do que a perda involuntária de xixi, ou seja, a pessoa não é capaz de segurar a urina e acaba acontecendo o escape.  Suas causas são as mais diversas, que vão desde o enfraquecimento do assoalho pélvico, falta de mobilidade, uma condição da gravidez ou pós-parto e até mesmo consequência de doenças crônicas, como diabetes.  
 

Quais são os sintomas de incontinência urinária?

 
Os sintomas podem variar bastante de acordo com cada tipo de incontinência urinária diagnosticada. Mas uma coisa é certa: ter escape de xixi não é algo normal e previsível, mesmo com o avanço da idade. Por isso, tratamento é fundamental para garantir saúde e qualidade de vida. 
 
Veja como identificar alguns sintomas: 
 
  • Perda de urina involuntária ao fazer movimentos simples do dia a dia, como tossir, espirrar, dar uma risada ou até mesmo na prática de exercícios físicos;  
  • Vontade repentina de ir ao banheiro e ter escape da urina, não tendo tempo hábil para chegar até lá;  
  • Perder xixi sem perceber, seja em pouca ou grande quantidade;  
  • Vazamento contínuo de urina, em que não é possível controlar a vontade de ir ao banheiro por longos períodos.  
 
Todas essas situações, mesmo que ocorram uma vez ou outra ou tenham certa frequência, atrapalham a qualidade de vida e o bem-estar do indivíduo. Muitas vezes, pessoas com esse problema deixam de fazer atividades simples com receio de ter um escape.  
 
Dra. Lilian Fiorelli endossa a situação: “Muitas mulheres começam a pensar antes de sair de casa, se o lugar que vai frequentar tem banheiro, por exemplo. E pior, às vezes deixam de tomar água porque têm medo de perder xixi ao longo do caminho. São coisas que parecem simples e banais, mas que acabam restringindo atividades e impactando na vida social”.  
 
Por isso, é superimportante identificar por que esse problema está acontecendo e buscar pelo melhor tratamento para recuperar a confiança e não deixar que um escape de xixi afete o lado emocional do paciente.  
 

O que causa escape de urina?

 
Existem algumas causas para ocorrer a incontinência urinária e identificá-las é fundamental para ser assertivo no diagnóstico e no tratamento.  
 
Veja a lista com as principais causas com quais as pessoas podem sofrer da perda de xixi: 

 

Assoalho pélvico enfraquecido

 
O assoalho pélvico tem um papel fundamental no corpo humano, já que é ele quem sustenta a nossa bexiga e outros órgãos. Pode faltar fortalecimento do assoalho pélvico em diversos casos, que vão desde o envelhecimento até falta da prática de exercícios.  
 

Alterações hormonais

 
São as mulheres que, ao longo da vida, sofrem diversas alterações hormonais, principalmente na menopausa, sendo uma das fases em que a incontinência urinária pode aparecer.  
 
Nesses casos, reposição hormonal guiada por um médico é um dos caminhos, já que hormônios desregulados podem impactar diretamente no trato urinário da mulher, causando o escape.  
 

Infecções urinárias

 
Sim! Infecções urinárias podem causar perda de xixi involuntária, mesmo que seja temporária. 
 

Obesidade

 
A obesidade pode aumentar a pressão nos músculos do assoalho pélvico e, consequentemente, na bexiga, fazendo com que a incontinência ocorra.  
 

Mobilidade

 
Com a idade mais avançada, a dificuldade de se locomover em ações simples, como o esforço de levantar-se do sofá, cama e ir até o banheiro, podem causar o escape que, neste caso, é chamado de incontinência funcional.  
 

Doenças crônicas 

 
Doenças crônicas, especificamente a diabetes, podem ser uma das causas de incontinência urinária. Isso ocorre porque a diabetes pode danificar nervos que controlam os músculos do assoalho e da própria bexiga, facilitando a perda de xixi.  
 
Mais do que isso, a doença também pode aumentar a produção de urina, prejudicar a função responsável pelo esvaziando da bexiga e ainda facilitar infecções urinárias.  
 

Gestação

 
Durante a gravidez e, principalmente, no pós-parto, é possível que mamães sofram com a incontinência urinária temporária. E isso ocorre por diversos motivos, desde o peso da barriga em cima da bexiga, as mudanças hormonais e até mesmo o parto vaginal, que pode danificar o assoalho pélvico.  
 

Tipos de incontinência urinária

 
Cada tipo de incontinência urinária pode apresentar sintomas diferentes no corpo. Por isso, identificar a raiz do problema é o melhor caminho para seguir com o tratamento mais adequado. Dentre os tipos mais comuns, estão:  
 
  • Incontinência de esforço: quando acontece aquele escape de xixi ao fazer força na região, mesmo que simples, como rir, gargalhar ou fazer algum exercício físico de maior impacto;  
  • Incontinência de urgência: uma vontade incontrolável de ir ao banheiro, que aparece de repente;  
  • Incontinência de transbordamento: é o caso da bexiga que não consegue se esvaziar por completo e acaba enchendo mais do que a sua capacidade normal, causando o vazamento do xixi;  
  • Incontinência funcional: quando a pessoa tem dificuldades de mobilidade e acaba tendo o escape de xixi porque não teve tempo hábil de ir até o banheiro;  
  • Incontinência noturna: quando a perda de xixi ocorre durante o sono, sem que a pessoa consiga controlar a vontade e acordar para ir ao banheiro;  
  • Incontinência mista: uma mistura de incontinência de esforço e de urgência, em que a pessoa pode sentir os dois sintomas ao perder xixi.  

5 sinais de que estou com incontinência urinária

 
Com tudo o que você leu até aqui, surgiu alguma suspeita de que você possa estar sofrendo com a incontinência urinária? Esses são alguns sinais para ficar de olho:  
 

1. Perda involuntária de urina

 
Seja em momentos de força, como espirrar, dar risadas ou na prática de exercícios físicos. 
 

2. Muita vontade de fazer xixi  

 
É aquela vontade súbita e muito grande de fazer xixi que não dá tempo nem de chegar ao banheiro. 
 

3. Ir mais vezes no banheiro

 
Percepção de vontade aumentada de fazer xixi, indo ao banheiro repetidas vezes ao longo do dia, mesmo durante a noite, sem necessariamente ter ingerido mais líquidos ou alguma mudança na rotina. 
 

4. Bexiga sempre cheia

 
A sensação de que a bexiga nunca está vazia. Mesmo indo ao banheiro e fazendo xixi, a vontade continua e a impressão é a de que ainda há urina ali. 
 

5. Roupa íntima molhada 

 
Um dos sinais de incontinência urinária é reparar que a calcinha está molhada ou úmida pois, muitas vezes, pequenos escapes podem acontecer ao longo do dia sem nem percebermos.  
 
Dra. Lilian reforça que perder xixi não é normal, portanto, desde o primeiro sinal de incontinência urinária, é importante buscar por um profissional especializado para te ajudar a mapear a causa do problema. 
 
“Por favor, não espere o segundo escape! Perder urina não é normal. Se você perde xixi por algum motivo, provavelmente esse escape de xixi é a ponta do iceberg, de algum problema que está aí dentro de você. Pode ser uma diabete descompensada, um quadro de ansiedade, prolapsos genitais ou até mesmo uma infecção urinária.” 
 

Como fortalecer o trato urinário e evitar escape de urina?  

 
Um dos maiores segredos para quem sofre com incontinência urinária e quer encontrar formas de solucionar ou pelo menos amenizar a questão é o fortalecimento do assoalho pélvico. O assoalho pélvico é uma musculatura importante do nosso corpo, que sustenta diversos órgãos, inclusive a bexiga.  
 
A médica uroginecologista explica que muitas mulheres têm a perda do xixi por conta de uma fraqueza na região e que é muito importante trabalhar e fortalecer o assoalho pélvico com exercícios que vão promover mais qualidade e saúde para o corpo.  
 
É possível ainda evitar o escape de urina com fisioterapias focadas no assoalho pélvico, bem como reequilibrar a alimentação, tirando da rotina alimentos que deixem a bexiga sensível e até mesmo o controle de doenças que desencadeiam a condição.  
 
Assim, é possível que a pessoa diminua os sintomas da incontinência, como a frequência de ir ao banheiro e o volume dos escapes. É mais uma alternativa para melhorar a qualidade de vida e ter uma rotina ativa e saudável.